Posted: 14 Aug 2012 06:20 PM PDT
Insegurança no Desenvolvimento
Mediúnico
É muito comum no inicio das
incorporações no desenvolvimento mediúnico, quando a gente está ansioso, com
medo, curioso e inseguro para saber quem são nossas entidades, como
trabalharam, nomes, etc… Todos já passaram por isso.
Quando há as incorporações o
médium fica mais que atento a qualquer palavra que saia de sua boca “se eu
falando ou a entidades, o que vai acontecer agora, o que ele está fazendo”…..
Tudo isso faz parte do inicio, pois ser consciente é perfeitamente normal e não
é sinal de “falta de firmeza, ou imaturidade nas incorporações, ou fraqueza do
médium. E é nessa fase onde o médium atua muito junto com a entidade, por sua
participação, ‘interatividade” que é peculiar nesse início, ocorre maior
incidência de uma interferência do médium, sobrepondo a da entidade. Porém, com
o passar do tempo, o médium vai ganhando confiança, vai aprendendo a ficar mais
alheio das manifestações da entidade, pois para ele não terá mais mistérios e
se reservará da total abstenção de qualquer tipo de interferência, inclusive de
sua própria opinião do que a entidade deveria agir, falar ou conduzir numa
consulta.
Muitas pessoas desistem no
início, por não aceitar sua consciência e não conseguir trabalhar
psicologicamente essa questão e achar que é ele ali e não a entidade. De não
insistir e entender que as incorporações vão se firmando com o tempo. E para a
Umbanda a afinidade e sintonia nas incorporações é de fato, mais demorada. E
nesse processo de ajustes, equalizações e estabelecer uma sintonia
satisfatória, o médium deve entender que haverá sim erros, o seu sobrepor à
própria entidade, o animismo, porque faz parte desses ajustes. Por isso o
médium não deve ser permitido ao estarem sob influência das entidades; beber,
fumar e principalmente, dar consultas e atender o público, quando essa sintonia
não se estabelecer de fato, avaliado pelo dirigente e guias chefes da casa.
Quando passamos a entender certos
processos, eles passam a nos soar mais familiares, a parecer mais simples e
natural, nem nos causar mais tanto medo e insegurança, principalmente se temos
a oportunidade de estar em contato com outros que passam o mesmo ou parecido
com o que passamos. Assim criamos mais segurança e vencemos o medo do
desconhecido.
Não se apresse, não se pressione,
nem permita que outros façam isso. Cada pessoa tem seu tempo, pois não envolve
somente “abertura de canais mediúnicos”, mas o emocional e o psicológico
precisam estar bem também, para que tudo ocorra de forma salutar, que traga
alegria, leveza e satisfação… e não mais agonia, desespero, medo e
insegurança…. Tente aproveitar com serenidade, leveza e amor as vibrações que
você sente dos seus guias, esse é um momento único na vida de qualquer pessoa.
Médiuns Conscientes e
Inconscientes
Alegar que médiuns que são
conscientes mais afirmam ser inconscientes por uma questão de vaidade apenas, é
fechar os olhos para uma triste realidade de nossos terreiros; a ignorância
pautada no misticismo e falta de estudos sobre suas próprias capacidades.
Sabemos perfeitamente que a Mediunidade na Umbanda vai muito mais além do que
Orkut, Facebook, Internet, livros, apostilas, materiais didáticos sobre
mediunismo, grupos de estudos e uma educação teórica sobre o assunto. A verdade
é que a grande maioria das pessoas, sejam umbandistas, e de um modo geral, não
tem acesso a livros, a leitura, e a grupos de estudos que lhes propicie um
esclarecimento amplo de tantas fontes competentes que atualmente abordam o
assunto MEDIUNIDADE, SEUS MECANISMOS E APLICABILIDADE.
O desenvolvimento é apenas “a
moda antiga”, – bota roupa entra na roda e deixa o “Santo pegar”. E
antigamente, também sabemos bem que o misticismo, desinformação e falta de uma
preocupação em ampliar e obter conhecimentos sobre mediunidade era nulo. E até
hoje existem PDS /dirigentes que nem sabem o que seja psicofonia (o que em
momento algum desabona seu trabalho enquanto médium), mas só passamos o que
temos aos nossos filhos. Se eu nada sei sobre mediunidade, nunca me instrui
sobre o assunto, o que posso passar a meus filhos??? O que aprendi…. pautado em MINHAS EXPERIÊNCIAS
PESSOAIS MEDIÚNICAS… que sabemos hoje que cada um tem a sua
própria experiência e a forma que a mediunidade se apresenta pra mim, não será
igual a que se apresenta pra você. Sentirei-a de forma diferente.
E antigamente, como ninguém tinha
uma preocupação com um estudo sobre o assunto, havia muita nebulosidade sobre o
assunto. Acreditava-se de que éramos “possuídos” pelo espírito.
De que ao estarmos em transe,
mediunizados o espírito entraria em nós e tomaria nossa mente, nossa
consciência, e que ao retornarmos, de nada lembraríamos. Claro que as
manifestações espirituais outrora, eram mais “intensas” e médiuns inconscientes
eram mais comum que nos dias de hoje, principalmente em termos de Umbanda, que
as manifestações têm um caráter mais consciente do que outras manifestações
religiosas intercambiáveis espiritualmente falando.
E até hoje, a grande maioria das pessoas
acreditam que ao estarmos incorporados, de nada lembramos, pois o espírito toma
conta de nós e só voltamos quando o mesmo deixa nosso corpo.
Essa crença é fruto de mais de 70
por cento dos médiuns iniciantes e ela é a causa primária da grande dúvida que
atormenta dos médiuns que sentem suas primeiras manifestações. “Será que era eu
ou era minha entidade? Acho que era eu mistificando, porque eu via e ouvia
tudo”. E acreditem, muitos vivem em completo tormento e martírio, acreditando
que está mistificando, pelo simples fato de ver e ouvir tudo o que se passa, ao
estar sob influencia da entidade. Por medo de perguntar e ser taxado de
mistificador se cala e segue seu desenvolvimento baseado no medo e desconfiança
de si mesmo. Descrente e duvidoso se de fato, é médium, ou está sendo
influenciado pela sua própria mente. Muitos abandonam e os que não conseguem
deixar o trabalho mediúnico, escondem sua consciência por anos, por medo de
serem acusados de charlatães e marmoteiros. Porque ocultar sua consciência?
Segunda causa observada. Ainda sem sair desse âmbito de desinformação que é,
infelizmente, reinante na Umbanda e seus freqüentadores (assistências, estes
mesmos é que não tem obrigação de entender ou procurar entender sobre
mediunidade), e a crença que “se está MESMO com santo, não vai lembrar de
nada”…. O assistente acredita fielmente de que ao estar com a entidade é
somente ele e a entidade. E sente-se seguro e confiante em se abrir sobre seus
segredos mais íntimos e às vezes “cabeludos”. Muitas vezes, se ele souber que o
médium também está ali, ele certamente acharia que tudo não passa de enganação.
Pois o que ele sempre ouviu falar e que não se sabe de nada quando estamos
incorporados com nossas entidades. E a própria entidade não conseguiria atingi-lo,
ou seja, não conseguiria a confiança dele, para poder o ajudar.
E muitas vezes deixa-se de
socorrer uma pessoa por uma causa, a meu ver, pequena. Muitas vezes para
ministrar um remédio curador, é preciso dizer ao doente que é água. Certos
vícios, não se desvinculam assim de uma hora pra outra. Principalmente quem
está de fora, ou seja, no caso dos assistentes, os socorridos da umbanda, não
têm obrigatoriedade de conhecer mecanismos mediúnicos, e mais ainda, nossos
fundamentos. E não será num dia, que todas as ideias mistificadas de anos e
anos, do ouviu a avô dizer, a bisavô, o tio, vai de dissipar assim. Porém no
caso do médium, este sim, tem obrigação de saber, conhecer e repassar a seus
irmãos.
SER CONSCIENTE, LEMBRAR, VER E
OUVIR TUDO O QUE A ENTIDADE FALA E FAZ DURANTE O PROCESSO INCORPORATIVO, É
NORMAL, NATURAL E MUITO MAIS DA METADE DOS MÉDIUNS PASSAM PELAS MESMAS COISAS.
MESMO OS QUE JURAM QUE DE NADA LEMBRAM. VOCÊ NÃO É LOUCO NEM MARMOTEIRO PORQUE
OUVE TUDO O QUE A ENTIDADE DIZ AO CONSULTAR ALGUÈM.
Embora todos os estudos que há
atualmente sejam insuficientes ainda para comprovar ou afirmar tais teorias
sobre a psicofonia/incorporação e fenômenos mediúnicos com relação à
consciência /inconsciência….. Alguns elementos que podemos observar que ainda
são retirados de “IDEIAS MÍTICAS”, EQUIVOCADAS ou sem nenhum embasamento amplo
e coletivo, apenas observações individuais, mediantes capacidades próprias de
um determinado individuo. Por exemplo; a relação que se faz entre consciência e
domínio maior por parte do espírito comunicante. Acredita-se que ao estarmos
inconscientes, o espírito nesse caso, teria total domínio do corpo do médium,
que um médium consciente, por exemplo, não poderia oferecer. Engano.
Ter ou não domínio do corpo do
médium e este ficar sem poder ter nenhum tipo de controle de seu corpo, NADA
TEM A VER COM NÍVEIS DE CONSCIÊNCIA. Uma entidade pode ter controle do corpo do
médium, deixa-lo impotente, sem poder exercer seus movimentos por vontade
própria sem que em nenhum momento, este médium perca a consciência do que está
ocorrendo. Logo, ser inconsciente ou não... não está, visto de regra,
relacionado com domínio total ou mesmo parcial do espírito sobre o médium. Ledo
engano é achar que a comprovação de uma incorporação de fato e real, está em
nossa inconsciência… muitos médiuns iniciantes rezam, oram , imploram pra pelo
menos um dia, ficarem inconscientes, pois só assim, eles passariam a acreditar
em sua própria capacidade e acabaria com tanto tormento. Porém, ficar
inconsciente ou não, não alega nem prova nada. O que, se fosse alguma projeção
de sua mente apenas, ele poderia inconscientemente, perfeitamente bloquear sua
memória durante o “suposto transe mediúnico” e de nada ele lembraria, após a
“suposta incorporação”.
Alguns distúrbios psíquicos e
psicológicos provocam perda da memória em pacientes com tais distúrbios, como
dupla ou múltipla personalidade, causando total ausência de memória durante a
manifestação de outra personalidade do paciente, que de nada lembrará. Porém,
perder os movimentos motores e controle dos órgãos da fala, é o primeiro fato
comprobatório de que há uma força, além de nossa mente que age sobre nós,
direcionando nossos movimentos com vontade própria e que é inteligente, pois
pode manifestar individualidade, aquém de nossa própria inteligência e saber.
O ser humano é UNO. Ele não pode
manifestar uma inteligência além da sua, uma vontade que denota uma inteligência,
uma consciência além dele mesmo, que não seja outra consciência/um outro
espírito. Uma outra observação que pouco se faz a diferença entre psicofonia e
incorporação. Se eu perguntar o que é incorporação, e seus processos, a grande
maioria vai dizer, é a mediunidade que os espíritos usam para falar através do
médium, mediante a um “acoplamento”, o espírito encosta no médium, lhe
transmite mentalmente as mensagens, o médium interpreta mentalmente e transmite
como ouviu. Ou seja, as mensagens passa pelo médium, que exterioriza o que o espírito
fala, é uma comunicação entre corpo astral do médium e do espírito. Não discordo,
porém acrescento… esse “acoplamento” pode ser mais intenso ou não. Quando é
mais intenso, dando a sensação de perda de controle e transe mediúnico, podendo
interferir nos movimentos do médium, pelo maior proximidade da energia da entidade,
principalmente se esta energia for de um padrão mais distante do médium, ou
este não estiver ainda em harmonia sincrônica com suas entidades, costuma-se
chamar de INCORPORAÇÃO. Se for um acoplamento mais sutil, costuma-se chamar de
mediunidade intuitiva. Porém, ambas tem o mesmo processo, basicamente são
iguais. E é esse tipo de mediunidade que está em grande número na Umbanda.
Podemos dizer que a maioria das capacidades mediúnicas em nossa Seara são
intuitivas, em maior ou menor grau. E este tipo de capacidade, dificilmente
interfere na consciência do médium, impedindo-o de lembrar e estar “presente” no
momento da manifestação de suas entidades.
O termo incorporação, tomou um
status genérico que engloba todas as capacidades de comunicação, para que o
médium transmita a mensagem que o espírito quer dar. Porém a psicofonia tem caráter
diferenciado. Para que haja um fenômeno psicofônico, o espírito precisa via de
regra, agir sobre os órgãos da fala do médium. Podendo essa psicofonia ser
mecânica, comparando a psicografia mecânica, onde o espírito toma a mão do médium,
sem que passe por sua mente, e nesse caso, podendo escrever em línguas e usar
letras que o médium desconhece... ou semimecânica, onde o comando passa pela
mente do médium, que registra tal controle e age diretamente nos órgãos que irá
exercer a comunicação.
Tais capacidades, principalmente
as mecânicas, são extremamente raras atualmente, e em termos de Umbanda, mais
raras ainda. E estas porem exercer uma perda de memória/consciência em maior
ocorrência do que, o que se classifica hoje como incorporação. Ser ou passar a
ser inconsciente ou não, ao contrário do que se pensa, não está relativo à
TEMPO DE DESENVOLVIMENTO, status ou melhor capacidade mediúnica. Ser ou não
in-consciente não é um estado permanente, principalmente se tratando de
Umbanda. O que podemos observar é que a entidade pode – claro mediante a uma
possibilidade particular do médium – inferir em determinado momento/dia uma inconsciência,
se assim achar necessário. Porque então se observa que muitos médiuns com o
passar de anos no labor, passa a ser inconsciente?? Capacidade particular dele,
que as entidades e seu próprio espírito estão fazendo uso, pelo caráter que
tomou o trabalho mediúnico. Muitas vezes, o espírito do médium sai literalmente
em desdobramento, vai se ocupar de outras coisas em outros planos, e deixa a
entidade trabalhar. Tamanha é a afinidade e confiança que se estabeleceu, como
também após anos e anos de labor mediúnico, o trabalho constante parece tomar
um caráter similar e o espírito do médium, muitas vezes aproveita esse tempo
para ocupar de outros ensinamentos e trabalhos em outros planos. Porém, nem todos
os médiuns têm propriedades espirituais que lhes permita tais viagens astrais
em dado momento.
Só para resumir… a consciência ou
inconsciência requer uma série de fatores e condições, mesmo não estando
fechado o assunto nos meios de pesquisa, podemos através da observação de
outros médiuns, ratificar e retificar, esclarecendo, muitas teorias que
prejudicam e muito, o desenvolvimento mediúnico.
Muito Axé pra todos!
Canto do Aprendiz cantodoaprendiz@gmail.com
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